O número de procedimentos estéticos realizados no Brasil têm crescido cada vez mais nos últimos anos. Dados da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) indicam que mais de 1,5 milhão de procedimentos estéticos de cunho cirúrgico são feitos no país todos os anos. Entre os mais procurados estão a harmonização facial, o que inclui o preenchimento labial, rinomodelação, preenchimento de mandíbula, têmporas, correção de olheiras, ritidoplastia.                                                                                       

O preenchimento com ácido hialurônico (AH) tem se popularizado nos últimos anos. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (IASP), foram realizados cerca de 254 mil procedimentos com a aplicação de AH no Brasil em 2017. 

 Apesar de serem considerados procedimentos simples, é preciso tomar cuidado na escolha do profissional, afinal todo tratamento estético realizado por um profissional não qualificado pode comprometer a saúde do paciente.

Na maior parte das vezes, a aplicação de ácido hialurônico não gera reações adversas, no entanto, apesar de raro podem ocorrer complicações mais sérias como a necrose. Foi o que aconteceu com o modelo Eduardo Santos e com a influenciadora Priscila Catrinacho, que passaram por um verdadeiro susto ao desenvolverem necrose nos lábios após realizarem procedimentos estéticos. 

O mesmo ocorreu recentemente com a estudante Louise Reynaud, que passou por complicações após realizar uma rinomodelação, que quase resultou na perda de parte do nariz (Confira a matéria aqui).

A necrose é a morte de um grupo de células, tecido ou órgão, geralmente, resultante  da interrupção do suprimento vascular local, por obstrução arterial, que desencadeia morte celular por isquemia.

Quando aplicado de forma errada. o ácido hialurônico pode desencadear necrose na região em que foi aplicado. A necrose originada pelo preenchimento com ácido hialurônico é desencadeada pela interrupção do suprimento sanguíneo por compressão vascular ou obstrução severa  pela injeção direta do ácido hialurônico nos vasos. 

Para que houvesse resultado satisfatório na delimitação e melhora da condição necrótica dos tecidos, nos três casos foram necessárias sessões de Oxigenoterapia Hiperbárica. Esse tratamento é realizado dentro de uma Câmara Hiperbárica onde o paciente respira 100% de oxigênio em pressões 2 a 3 vezes maior que a pressão atmosférica ao nível do mar.

O oxigênio inalado em altas concentrações é dissolvido no plasma sanguíneo, auxiliando no suprimento da oxigenação celular, potencializando ações metabólicas locais, controle bacteriano e produção de substrato cicatricial.

A Oxigenoterapia Hiperbárica é indicada para diversos tecidos em sofrimento, sejam em condições infecciosas ou em situações de hipóxia, o que pode gerar feridas de difícil cicatrização.

Com o intuito de minimizar os danos teciduais, devem ser valorizados os primeiros sinais e sintomas, como a dor, branqueamento da pele ou alterações de cor na distribuição dos vasos sanguíneos regionais e sinestesia local, e dar início precoce ao tratamento.

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