A relação entre necrose de tecido e oxigenoterapia hiperbárica tem ganhado destaque devido ao aumento de complicações decorrentes de procedimentos estéticos. Entre os procedimentos mais comuns está o preenchimento com ácido hialurônico (AH), amplamente utilizado para correções faciais, rejuvenescimento e harmonização. Embora a técnica seja considerada segura quando realizada por profissionais habilitados, erros de aplicação podem provocar consequências graves, como a necrose tecidual.
De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (IASP), somente em 2017 foram realizados cerca de 254 mil procedimentos estéticos com ácido hialurônico no Brasil. Apesar da popularidade e da percepção de simplicidade, o preenchimento facial requer conhecimento anatômico rigoroso para evitar acidentes vasculares, que podem comprometer o resultado estético e a saúde do paciente.
Como ocorre a necrose causada por ácido hialurônico?
A necrose é caracterizada pela morte de células ou de um grupo de tecidos. No caso dos procedimentos estéticos, ela surge principalmente pela interrupção do suprimento sanguíneo local. Quando o ácido hialurônico é aplicado de forma incorreta, ele pode:
- comprimir vasos sanguíneos importantes
- obstruir diretamente uma artéria
- reduzir severamente a circulação local
Com a redução do fluxo sanguíneo, o tecido deixa de receber oxigênio e nutrientes, desencadeando a morte celular. Além da dor intensa, sinais como coloração alterada da pele, branqueamento, roxidão progressiva e perda de sensibilidade podem indicar necrose. Casos de grande repercussão na mídia, envolvendo influenciadores e modelos brasileiros, ilustram a importância de reconhecer rapidamente os sintomas e iniciar o tratamento adequado.
Necrose de tecido e Oxigenoterapia Hiperbárica: por que o tratamento é eficaz?
A Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) é realizada dentro de uma câmara pressurizada onde o paciente respira 100% de oxigênio, atingindo pressões entre 2 e 3 vezes maiores que a pressão atmosférica ao nível do mar. Quando submetido a esse ambiente, o oxigênio atinge concentrações muito superiores às que conseguimos apenas pela respiração em ar ambiente.
Esse oxigênio altamente disponível é dissolvido no plasma sanguíneo e transportado pelos vasos até regiões com baixa perfusão, incluindo áreas em necrose. Com isso, a terapia proporciona:
- aumento imediato da oxigenação celular
- aceleração do metabolismo tecidual
- estímulo à formação de novos vasos sanguíneos (neoangiogênese)
- aumento da produção de colágeno e substrato cicatricial
- redução da inflamação
- controle de infecções locais
Em casos de necrose decorrente de preenchimento com ácido hialurônico, a OHB pode salvar tecidos em sofrimento, evitar deformidades permanentes e reduzir a necessidade de cirurgias reconstrutoras.
Atuação precoce faz diferença
Para maximizar os resultados, os primeiros sinais e sintomas devem ser reconhecidos e tratados rapidamente. Qualquer alteração de cor, dor anormal, branqueamento, diminuição da sensibilidade ou surgimento de lesão deve ser avaliada imediatamente por um médico. Quanto mais cedo o tratamento com Oxigenoterapia Hiperbárica for iniciado, maior será a chance de preservar o tecido afetado.